Puxa, há tempos que não escrevo aqui.
Estive aproveitando e usufruindo do novo ambiente a que cheguei aqui em Piracicaba. Tenho descoberto que dar aulas de Inglês é uma delícia. Coisas novas a cada dia. Nunca um dia é igual ao outro.
Mas o que quero escrever aqui não tem a ver com o Inglês. Antes tivesse.
Estou entrando num mundo totalmente outro. Onde tudo é novo e estranho, embora estivesse em mim por anos sem eu tomar a menor noção dele. E isto é uma senhora ironia.
Deixem-me apresentar-me a vocês. Aqui quem fala ainda é Valéria Bianconi. Porém, sou a mais nova integrante do mundo TOC, ou traduzindo, Transtorno Obscessivo-Compulsivo, ou ainda mais adaptado ao linguajar laico, o mundo das manias.
A minha mania faz parte da categoria Pensamentos Intrusivos. São pensamentos incontroláveis de morte, desespero, terror. Entre outras tantas versões que eles se apresentam, tenho vivido um drama que é só meu. Por ter conseguido nomear o meu problema há poucos dias, agora sei como ir direto ao seu cerne e aliviar meu sofrimento. É minha gente, não parece, mas eu sofro...rsrs...
O que é interessante é que não deixamos de ser como somos. Sou a mesma Val que sempre conheceram, mas agora tenho um sobrenome esquisito para muitos, familiar para alguns. O TOC ainda é visto com preconceito e a falta de informação piora as coisas. Como já li pessoas escrevendo a respeito disto, eu mato um leão por dia e ninguém sabe disto porque, no meu caso, era difícil dar nome aos bois. Eu já pensei em muitos disgnósticos antes (isso é que dá ter feito medicina e ter noção do corpo e das patologias. Ninguém vai ao médico dizer que está bem de saúde porque isto passa despercebido das pessoas...) mas nada tão definitivo. Na verdade não sabia a que direção correr.
Agora, uma vez descoberto que não sou louca de carteirinha, com plena consciência de que o esforço continuará sendo só meu em tentar me livrar dos tais pensamentos, caminho com a mente em parte aliviada. Agora meus horizontes foram alargados, tenho outros objetivos, e tenho que viver mesmo, um dia de cada vez. Vou continuar sendo a maluquete nas minhas aulas de Inglês e buscando ser a esposa e a mãe que faça meus três lindos homens mais felizes. Se esta minha tarefa de mulher já era difícil...
Peço paciência a todos porque talvez surjam dias em que não estarei tão tolerante, porque paralelamente às minha buscas normais do dia-a-dia, terei que me adaptar à busca do alívio ao TOC e ao Tinnitus que agora está bem mais alto (Eu o "descobri" em 2009 e depois da última gripe aumentou de volume). Espero não enlouquecer, pois são duas coisas que podem me incapacitar. Mas luta é luta. Desistir, jamais.